sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Carta de confissão

Nessa útlima festa que fui… falei da minha cunhada! Eu sempre falo dela porque a amo e a admiro muito mas acho que ela nunca soube que era uma inspiração pra mim.
Eu não sou gorda. Estou acima do peso… Tenho 1,75m e devo estar com uns 80 kilos… tenho tudo muito bem distribuído.. muita bunda, muito peito, muita perna e quadril… mas a coisa toda é meio proporcional. Acontece que na adolescência e início da idade adulta eu praticava muito esporte. Então, não que eu fosse magriiiinha, mas eu era bonita pra dedéeeu! Mas aí, veio um problema na coluna (por causa da prática esportiva) e fui forçada a parar… e teve início meu engordecimento.
Nunca me confessei bonita. Sempre fui daquelas que seeeempre quis emagrecer. Sempre me achava um defeito. Mas eu era linda. Mesmo. Vejo fotos e nem acredito. Um corpo perfeito. Então hoje, eu me vejo, não me reconheço e tenho vergonha, nem tanto de mim, mas dos outros. Sempre tenho a impressão de que me olham assim: Nossa.. como ela engordou.. ou, Nossa.. ela era tão bonita….. Não tenho vontade de rever amigos antigos… parentes (vivo distante deles), tenho medo deles… enfim… é um inferno néh?!
Pessoas assim, como eu era… são tão frágeis psicologicamente falando que, confiam tudo o que são.. todos os seus amigos, os seus amores…. nos seus corpos. Não se acham merecedores de mais nada, nem da confiança, nem do amor de ninguém quando já não correspondem ao que aparentemente foi motivo de atração.
Quando dizemos “poxa, eu não sou só um corpinho bonito!” no intuito de fragilizar outras pessoas, estamos simplesmente dizendo realmente o que achamos que somos. Nós acreditamos mesmo ser só aquele corpo. Por isso é tão difícil engordar….. e é o que acontece comigo… é difícil confessar… mas o fato é que pouco acredito em mim, não tendo um corpo bonito.
Tá certo que não é somente uma questão de pouco auto-estima, é muito bom ter o corpo saudável. Sentir pique! Ter disposição! E uma pessoa mais magra sente mais esse vigor! Então pretendo trabalhar isso em mim… melhorar o meu “eu” e buscar uma boa saúde (a saúde da minha coluna também depende disso!).
E o quê minha cunhada tem com tudo isso?! Quando a citei na festa… não lembro sob quê circunstância, mas disse assim: “nunca ouvi minha cunhada reclamando de si mesma, nunca a ouvi dizendo: nossa, essa gordurinha tá me matando…. meu deus! fiquei horrível com essa roupa! Nunca. Ela sempre se sentiu bem consigo mesma. A calça apertou?! Compra outra…. e por aí foi”. Ela nunca foi magra. E nunca foi triste por isso. Mas tem se preparado pra fazer uma cirurgia bariátrica. A coisa tá começando a ficar perigosa. Tá ficando cada vez mais difícil pra ela emagrecer. Ela cada vez mais atarefada. Então ela começa a se render a cuidados médicos.
Acho que ela não sabe dos meus problemas de auto-estima… e muito menos que os combato utilizando-a como exemplo. Não sei se isso é saudável pra ela… mas sinceramente acho que pessoas iluminadas assim não se abatem. Por nada. Apenas refletem energia positiva. Vou continuar me mirando nela sim, porque enxergo uma imensa fortaleza que minimiza sentimentos tão mediocres como os meus. Torço muito pra que dê tudo certo. Para que ela fique bem… e maaais linda ainda.
Conclusão: Que venha a saúde!

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